terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Como trabalhar remoto com python / django? Parte 05 (finanças)

De volta com mais uma parte da série: "como trabalhar remoto com python / django?". Mas antes de continuar (e falar um pouco sobre finanças) eu quero escrever mais um pouco (alguns pensamentos que tive) sobre a relação de empregado com empregador e os seus distintos pontos de vista. Que iniciei no poste anterior ("Como trabalhar remoto com python / django? Parte 04 (2ª ruptura)")

No poste anterior estávamos conversando sobre como uma estrutura de trabalho pode levar a um desperdício de tempo, logo elevar os custos e assim resultar em corte de gastos (demissões). Por outro lado o empregador pode simplesmente ter percebido que o empregado não é a pessoa certa para o trabalho. E não há nada errado em não ser a pessoa certa para um trabalho. Como em uma das frases (que acredito que seja) de Albert Einstein:
"Todo mundo é um gênio. Mas se você julgar um peixe pela sua habilidade de subir em árvores, ele viverá o resto de sua vida acreditando que é um idiota." ― Albert Einstein
Sempre que começava uma busca por um novo trabalho remoto, por mais pesquisas que fizesse sobre as empresas, eu só percebia que não era a pessoa certa para o trabalho durante ou depois da entrevista (ou talvez não quisesse ver antes). É sempre bom buscar uma parceria em cada trabalho. Ou seja. O seu desejo de realizar um trabalho deve ser igualmente proporcional a necessidade de quem recebe o resultado.

Eu sempre tive uma frase em mente: "eu quero estudar para fazer o que eu gosto" logo meu trabalho tem que ter algo que eu goste de fazer. Mas o que eu gosto de fazer? Além de ver séries, que posso chamar de trabalho e ganhe algum dinheiro. Responder a essa pergunta é um primeiro passo para ser a pessoa certa para um trabalho. E começar a buscar quem necessite do que você faz de melhor ao invés de se esforçar para se encaixar em um conjunto de requisitos. Se tornando assim algo que você não é (ou a pessoa certa no lugar errado e por ai vai).

Pessoalmente eu nunca me vi como engenheiro ou cientista (também não sei se alguém se vê assim). Sempre gostei da parte prática da tecnologia e como poderia fazer do meu dia a dia melhor e/ou mais fácil, de matemática (lógica, probabilidade, estatística e progressão. Parte mais prática. Pelo menos para mim. E não cálculo pelo cálculo.) e também de artes (fotografia, vídeo, design entre outros). Mas nenhum desses temas/campos em separado. Passado um tempo eu finalmente percebi que o que eu gosto de fazer está sempre ligado a criação, descoberta e solução. Assim descobri em quais trabalhos a criatividade era forte requisito. Depois foi só encontrar um trabalho que juntasse criação com algo que fazia bem. Daí bingo! Difícil? Talvez. Mas o quão motivado você se sente para ser feliz fazendo o que gosta? :)

Bem, vamos falar de finanças. Antes de começar a pensar se um dia iria conseguir ter uma casa (AP) "própria" para morar (parte 03) eu pensava muito sobre quanto de reserva (dinheiro) era preciso ter para mudar de trabalho. Tanto que se tornou uma meta (eu via muitos vídeos como este). No início (reserva pouca ou nenhuma) eu tinha que aceitar o salário e o trabalho que eram oferecidos (não que fossem ruins mas) tanto por falta de experiência quanto por necessidade (pagar as contas). Assim antes de mais nada é preciso começar a juntar um dinheiro e ter uma certa reserva. Mas quanto? Eu (solteiro) comecei com três meses de reserva. Ou seja, poderia ficar parado (sem trabalho) por uns três meses.

Pausa pare entender como é ser um trabalhador autônomo. O trabalhador autônomo precisa se ver como uma empresa (ou até já seja) o que significa que todas as despesas/benefícios antes asseguradas pelo empregador e/ou governo (férias remuneradas, seguro desemprego, vale transporte, vale refeição/alimentação, plano de saúde, aposentadoria, salário e quantos mais existirem) agora são por sua conta. Logo é preciso que a visão de organização financeira também seja a de uma empresa. Assim como a jurídica (mas essa é outra história). Ou seja, agora todas essas despesas devem ser descontadas dos valores que entram como receita (valor bruto) e como nem sempre temos receita é preciso ter sempre um dinheiro em caixa (reserva).

Eu não aconselho ninguém a largar tudo (emprego) e se aventurar sem antes pesar os riscos envolvidos e se preparar (financeiramente) para o pior cenário antes de começar a trabalhar "full time" (em tempo integral) como freelancer. No meu caso (na época) eu consegui uma redução na minha carga horária como CLT e assim pude trabalhar como freelancer (e CLT) até conseguir juntar um dinheiro (reserva) suficiente para me sentir tranquilo a respeito do assunto demissão. O que é uma sensação muito boa (paz?) de se sentir. Mas existem outras formas e cada caso é um caso. Eu gosto muito da visão de se trabalhar para "pagar" o próximo ano já que este já está "pago". Ou seja, o valor da reserva é igual a soma de um ano de despesas.

O equilíbrio financeiro começa com um método (ou regra como a dos 50-15-35) para manter esse equilíbrio hoje (pagar com sobra as contas do mês), amanhã (reserva de três, seis ou um ano de todas as despesas) e sempre (aposentadoria).

Abraço. Feliz Natal e ano de 2017 :)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Como trabalhar remoto com python / django? Parte 04 (2ª ruptura)

Depois de uma semana sem escrever (assista a minha palestra) espero não ter perdido o jeito. Vou falar um pouco da segunda grande mudança (ou ruptura) que aconteceu justamente quando, como diz o ditado: "só se dá valor quando se perde". (Leia o capítulo anterior em "como trabalhar remoto com python / django?" parte 03.)

De volta ao trabalho presencial (uniforme, ponto eletrônico e tudo mais) e a (Grande) Vitória, morando sozinho no meio do ano de 2014. Mas no início tudo é novo. Novo AP: internet (sim, depois de energia o segundo serviço contratado), colchão inflável (que mais tarde causaria uma lesão no ombro) e mesa com cadeiras de ferro dobráveis emprestadas. Havia ainda muito trabalho pela frente para tornar o AP um local confortável para se morar como: chuveiro quente, geladeira, fogão, máquina de lavar, espelho (pentear o cabelo é importante para se trabalhar presencial. Acreditem), carro e eu ainda tinha que implorar a construtora para corrigir um a um os defeitos que iam aparecendo com o tempo, mas essa já é outra história.

Bem. Trabalho novo, vida nova. Empresa com boa estrutura física e sala com ampla e bela vista. As primeiras impressões que me lembro, ainda incluem: novas amizades, muitas visitas ao RH, vale alimentação, crachá e outros cartões, ar condicionado gelado e um roteador tp-link destruído (apenas alguns entenderam :D). O projeto era (e ainda é) bem interessante. É como todo projeto interessante (que também foi o que me motivou a aceitar o trabalho) aprende-se muito. Já que com alguma experiência e muitos trabalhos depois percebi que no fim das contas o que fica é o conhecimento adquirido e as amizades construídas.

Algum tempo depois (não me lembro quanto) começo a perceber que o problema da CLT é estrutural, ou seja, não há nada de errado com o prédio, a vista, o projeto, a tecnologia ou com as pessoas ganharem a vida. O problema é como as relações de trabalho são organizadas. (Nota.) Falo aqui do meu ponto de vista, analista de sistemas por formação trabalhando presencial com carteira assinada, o que pode (e deve) ser bem diferente para as várias outras profissões existentes. Acredito que o trabalho CLT pode e muitas vezes é uma mudança positiva na vida para muitos. Tá entendi. Mas o que estou tentando responder aqui é: e se eu não quiser ser CLT o que que eu faço? Quais opções eu tenho? É isso :)

Mas voltando. É bom ter chefe? E ter vários chefes é bom? É eu sei. Eu tenho uma história interessante para contar sobre esse assunto. Nesse trabalho presencial eu "ganhei" um notebook para trabalhar. Era um i3 com 4GB de ram rodando ubuntu, mesma configuração do meu notebook pessoal na época, atendia, mas confesso que a memória ram estava no limite.

Bem, num certo momento do projeto eu precisei rodar um servidor em uma máquina virtual que usava 4GB de ram, logo não era possível (precisaria de 8GB e só tinha 4), mas com algumas adaptações e de forma precária (muito lento) era possível subir o servidor e abrir uma ou duas outras coisas. Logo pensei: memória é barato hoje em dia e o tempo que vou economizar justifica a compra. Pedi ao meu chefe que autorizou a comprar da memória. Contudo, era necessário passar para um colega incluir a memória em um pedido de compra com três orçamentos. Feito. Passou um tempo (um mês ou mais) e o pedido ainda estava "em aberto" dai eu cometi o engano de pedir para incluir mais um item na compra. Meu chefe que tinha esquecido da minha memória, lembrou e desautorizou a compra. Resumindo. Passado mais algum tempo acabei resolvendo o problema trocando meu velho notebook por um novo com 8GB de ram para usar no trabalho.

Esse é um de muitos exemplos em que mostram, a quantidade de tempo perdido em uma estrutura hierárquica, onde um manda e os outros obedecem, não importa o quão absurdo seja. Como eu meu chefe também tinha os seus chefes e dependia de uma decisão em cascata para conseguir fazer o que queria. Logo, enquanto os chefes do meu chefe tiravam férias na Europa, o projeto, entre a compra de uma memória e outros conta tempos, estava sempre atrasado. E a culpa é sempre do analista que trabalha muito devagar. ;)

Então, mas (você diz) "pode demorar o que for. Eu vou receber o meu salário no final do mês" (ou até que a grande vilã "Crise" chegue trazendo consigo seu compassa "Corte de gastos" e seu raio desempregador :D). Ingenuidade e brincadeiras a parte isso me lembrou de outro exemplo.

Seu chefe lhe passa uma tarefa com um prazo de três meses para ser concluída. Você se esforça bastante, chega mais cedo, sai mais tarde, trabalha de casa e consegue entregar a tarefa (perfeita) antes do tempo. Assim como recompensa por todo esse trabalho você ganha? Mais trabalho. Outra tarefa. Num sistema de trabalho assalariado de linha de produção parar é prejuízo. A produção precisa continuar para justificar o salário todo mês. Agora, como prestador de serviço autônomo você vende um serviço e combina o prazo de entrega. Se esforça e consegue entregar a tarefa (perfeita) antes do tempo e como recompensa por todo esse trabalho você ganha? Tempo!

É muito difícil "pensar fora da caixa" enquanto se está dentro de uma. Pausa para entender como em geral funciona uma empresa. Uma empresa tem um ou vários clientes. O cliente procura a empresa em busca de determinado serviço. A empresa assina um contrato com o cliente com a promessa que irá entregar o serviço (ou produto) após um determinado tempo (prazo). O valor do contrato é uma estimativa de custos, feita pela empresa, para entregar determinado serviço (produto) e gerar lucro (a empresa precisa desse dinheiro para crescer, reinvestir e tudo mais). E onde está o funcionário? O funcionário é custo. Assim, quanto menor o custo (funcionário) de produção, maior o lucro. Logo o salário é o menor valor possível (custo) pago ao funcionário, para que a empresa possa ter o maior lucro. Também, quanto maior o atraso (lembra da memória?) maior o custo (funcionário). Solução? - Raio desempregador neles.

E tempo é dinheiro? Se tempo é dinheiro, então eu posso comprar uns 20 minutos? Na verdade não. Nós vendemos nosso tempo por dinheiro, mas com o mesmo dinheiro, não compramos esse tempo de volta. E o ciclo é mais ou menos assim: "quando tenho tempo não tenho dinheiro e quando tenho dinheiro não tenho tempo". E trabalhar remoto com tecnologia é um dos caminhos que pode levar ao fim desse ciclo. No exemplo acima quem ganha mais o CLT ou o autônomo? Resposta: os dois ganham o mesmo. A diferença é o tempo. Que no primeiro caso pertence a empresa e no segundo ao próprio dono sendo assim livre para escolher o que fazer com ele (o tempo). A segunda grande ruptura (mudança) vem através do entendimento de que, entre outros fatores, tempo não é dinheiro.

Logo se eu consigo ter um equilíbrio financeiro. Eu gasto menos. Se eu consigo vender meu serviço diretamente para o cliente. Menor o custo (menos chefes). Se eu vendo soluções e não tempo, eu trabalho de forma mais eficaz e em um ritmo mais orgânico (meu ritmo). Assim é possível entregar o mesmo serviço, com um custo menor para o cliente e num prazo melhor. (consigo trabalhar menos)

Nos próximos postes (capítulos), quero falar um pouco mais sobre: equilíbrio financeiro, os vários tipos de trabalho remoto e em um ritmo mais orgânico, ou seja, de acordo com a sua capacidade produtiva e em equilíbrio com o que queremos fazer na vida além de trabalhar. Abraço e até.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Como trabalhar remoto com python / django? Palestra Dev-ES Conf 2016


Na manhã do último sábado (26) apresentei minha primeira palestra no evento Dev-ES Conf na UVV em Vila-Velha (por isso não consegui escrever o poste desta semana). O resultado foi melhor do que eu esperava (:D). Segue o vídeo.


Qualquer dúvida ou sugestão entrem em contato. Abraço.

Grupy-ES (grupo de python no Espírito Santo) links:
https://telegram.me/grupyes
https://groups.google.com/forum/#!forum/grupy_es

Dev-ES links:
http://dev-es.org/
https://devescom.slack.com/messages/general/
http://call4paperz.com/events/conferencia-dev-es-2016
https://github.com/Dev-ES

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Como trabalhar remoto com python / django? Parte 03 (1ª ruptura)


Continuando com mais um poste da série "como trabalhar remoto com python / django?" Para falar um pouco sobre a primeira grande mudança (ou ruptura, ou mudança de mindset - forma de pensar) que veio com o meu primeiro trabalho remoto.

Mas antes vamos voltar um pouco. Na época eu morava sozinho, de aluguel em um apartamento razoavelmente perto do meu trabalho (presencial na época), logo não tinha do que reclamar. Contudo eu gastava uns 65% do que recebia de salário líquido com as despesas básicas (aluguel, condomínio, energia elétrica, comida, internet e por ai vai). Quando eu precisava comprar algo a mais, uma parte do que economizava ia embora. Um dia me veio à pergunta: em quanto tempo economizando (bastante) eu vou conseguir ter uma casa (AP) para morar? Ou pelo menos financiar? Pausa para falar de financiamento de imóvel (vale a pena?).

Na minha opinião o financiamento de um imóvel só vale a pena no seguinte cenário: quando o valor da mensalidade do financiamento é menor que o valor do aluguel do mesmo imóvel e deseja-se morar lá por algum tempo (anos). Juntamente com juros baixos. Assim no final de algum tempo o dinheiro que iria para o aluguel se converte em algo seu. Mas para que isso ocorra é preciso dar uma boa entrada (quanto menor o valor financiado menor o valor das parcelas).

De volta à história. Naquele ritmo (economizando bastante) ia demorar algumas décadas para que eu conseguisse juntar um dinheiro suficiente para fazer o financiamento do meu imóvel um negócio favorável, ou seja, que valesse à pena. Logo, ou eu ganhava mais (:D) ou gastava menos (ou ambos). Trabalhando remoto finalmente consegui ambos. (Nota) Por “economizar bastante” eu quero dizer: sem carro, sem cartão de crédito, meu celular (SGH-X480 flip) pré-pago, tentava cozinhar e ganhar as coisas que precisava. [Maiara falando: nunca comprar roupa e/ou acessórios que já tenha um em uso (ex: tênis que não pode ver chuva e algumas (muitas) blusas da época de adolescente/faculdade)].

Lembra do primeiro poste? Então, em 2012 eu consegui o meu primeiro trabalho remoto para o exterior. Assim logo no primeiro mês, já que posso trabalhar em qualquer lugar, eu posso pagar menos aluguel ou (melhor) nenhum. Me mudo para casa de parentes no interior e começo a trabalhar de lá. Mesmo ajudando nas despesas da casa a economia é muito maior (custo de vida mais baixo) além do ar puro e vida mais saudável. Transporte: a pé ou bike, comida caseira, despesas básicas divididas e nenhum aluguel. O que me faz lembrar que quanto mais simples é a vida, menos dinheiro é preciso, se preciso de menos dinheiro eu posso trabalhar menos e se posso trabalhar menos eu tenho mais tempo para fazer o que quiser. (Quem conhece o Eduardo Marinho a sua experiência de não ter nada? - são 16 minutos de vídeo que geram reflexões - TEDx)

A vida era boa, mas eu ainda sentia falta de um canto (e o casamento também já dava sinais de chegada), assim depois de uns anos consegui juntar o dinheiro da entrada e do básico para montar o AP. Agora, alguns de vocês podem estar perguntando: mas porque não pegar essa grana e sair pelo mundo como um nômade digital (como o Teles do casal partiu) ou conseguir um bom emprego e se mudar de vez do Brasil (ou sair velejando :D). Posso dizer que quase fiz isso algumas vezes, mas que por motivos pessoais acabei ficando. Minha experiência morando em Tóquio foi inesquecível e entre outras coisas me ensinou muito sobre saudade. Muitas vezes após certo tempo de convivência familiar (e certos eventos) chegamos a pensar que somos indiferentes a distância e a falta (eu pensei). Depois de seis meses de semi-isolamento em Tóquio a saudade pesou (das coisas mais simples. Você já ficou uma semana ou mais sem ver o sol? Chama-se inverno e não conhecemos por aqui). Talvez para cada um seja diferente, mas para mim a decisão de mudar fica sempre entre: oportunidade (exterior) versus família e amigos (Brasil).

Bem, mesmo com essa primeira ruptura proporcionada pelo trabalho remoto, eu ainda mantinha hábitos e alguma da disciplina anterior (ou talvez ainda precisasse deles). A minha rotina de trabalho ainda seguia algumas regras rígidas herdadas do trabalho presencial. Trabalhava remoto, mas como no presencial. Eu seguia o horário comercial de trabalho (de 9 às 18 com uma hora de almoço) e não viajava com o notebook de baixo do braço trabalhando onde pudesse (também não tinha dinheiro), ou seja, ao invés de encontrar um trabalho que precisasse de mim eu tentava me encaixar no que o trabalho exigia. Mas para mudar isso eu ainda precisava me conhecer e saber no que sou melhor fazendo.

Um tempo depois conseguimos as chaves do AP e no meio do ano de 2014 recebo por email uma proposta de trabalho presencial CLT (0.o) próximo ao AP recém entregue (que ainda precisava alguns ajustes para se tornar habitável. Como energia elétrica em todos os cômodos - longa história). Eu aceito e me mudo alguns dias depois. Divido meu tempo entre o trabalho de (em teoria) 20 horas semanais, outros trabalhos freelancer e os reparos do AP. Mas como diz o ditado: "só se dá valor quando se perde". De volta ao ponto eletrônico e ao uniforme (CLT) mesmo trabalhando meio período (em teoria e no contra cheque) eu sentia que algo me faltava (liberdade?). Sentimento que depois de algum tempo iria gerar a segunda ruptura (uma segunda mudança de mindset), mas que vou deixar para contar em um próximo poste. Abraço.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Como trabalhar remoto com python / django? Parte 02 (pré-requisitos)

Quem leu o poste anterior (Como trabalhar remoto com python / django?) pôde perceber que existem alguns pré-requisitos (conhecimentos prévios desejáveis) para se começar a trabalhar remoto. Nada que não possa ser compensado com alguma outra habilidade, mas que ajudam a aumentar o número de possibilidades (oportunidades) de trabalho e as chances, independente da ferramenta escolhida.

Quando eu comecei, o conhecimento do inglês me ajudou num nível tal que, as empresas no Brasil que trabalhavam com django com vagas em aberto no nível que eu estava (Dois anos de django. Nível intermediário?) e com vagas para trabalho remoto eram desconhecidas, logo inexistentes. Havia a promessa de muitos benefícios ("aqui tem: cozinha completa, puff, vídeo game... a galera fica ai até tarde..." Vocês pagam hora extra? - "Não." Uhmmm...) mas o que eu queria mesmo era fugir do trânsito e flexibilidade de horário (Na época, eu ainda estava por entender o que era a tal "qualidade de vida").

Para aqueles que ainda não se convenceram sobre o inglês (ideologias e nacionalismo à parte) vamos lá. Dê uma olhada a sua volta e me diga: quanto da tecnologia a sua volta é de origem Brasileira (sua TV, geladeira, celular, seu carro ...)? As ideias são criadas, a tecnologia é desenvolvida e colocadas em prática fora do Brasil e somente depois de algum tempo vão chegar (na prática em forma de algum produto). As exceções são poucas. Logo aguardar por uma tradução em Português (além de adicionar mais um filtro entre você e o conhecimento) já é largar em desvantagem. É muito difícil inovar quando a visão que se tem é uma visão do passado. (Ao invés de criar um novo framework porque não ver se o que eu preciso já não existe e à partir dai construir a minha solução?)

Por exemplo: Quando eu trabalhei em Tóquio em 2010 o "smartphone (japonês) lifestyle" já era popular (era só deixar alguém dois minutos sem atenção que já estava no celular). Também na empresa já havia geladeira com a tecnologia "inverter" (o freezer é em baixo) que somente alguns anos depois apareceu no Brasil. Calculo que uma tecnologia popular no mercado japonês demore uns quatro anos para (talvez) ser conhecida e ter o mesmo efeito aqui. (sem contar com os lançamentos exclusivos para o mercado japonês - "in Japanese only"). E por ai vai.

Mas como aprender inglês? Eu só aprendi inglês depois que mudei tudo que podia (imersão) para inglês (notebook, celular, filmes, séries, leitura, material de estudo e por ai vai). Fora do Brasil, eu tinha duas opções de linguagem para comunicação; inglês ou japonês (escolhi a mais fácil, :D). Assim foram seis meses de imersão (leitura, escrita e comunicação) em inglês. Por último o quão motivado você se sente para estudar inglês e receber em dólar? (links sobre estudar inglês no final)

Um pouco antes de começar a trabalhar remoto, eu havia pedido uma redução de carga horária de trabalho (e consequentemente de salário) para fazer um mestrado. Mudando de 8 para 6 horas diárias. Assim, eu tinha um tempo livre em casa, chegando mais cedo e almoçando mais tarde. O mestrado não rolou (exigia dedicação exclusiva e os temas não me atraíram). A parte boa foi que esse tempo livre me deu espaço para fazer o que eu nunca tinha tempo fazer: ler livros (estudar e praticar um capítulo por dia), colocar em prática projetos e ideias pessoais, trabalhar em outros projetos locais como freelancer, dormir mais entre outros. Foi ai que eu senti o primeiro "gostinho" da liberdade.

Beleza, eu já sei inglês o que mais eu preciso estudar? O mercado. Mas eu só vou estudar e aprender o que o mercado quer? Não, mas o mercado é uma boa fonte de pesquisa para começar. Por quê? O mercado de tecnologia, talvez tenha um significado muito amplo, para simplificar vamos dizer que ele é composto de pessoas (empreendedores, desenvolvedores, pesquisadores entre outros) com interesses em comum. Quando um certo número de pessoas com interesses em comum entra em contato, inicia-se uma colaboração, ideias são validadas e cria-se uma comunidade. É essa comunidade ao redor, que no fim das contas, valida uma ferramenta ou tecnologia. Logo, quanto maior o número de pessoas interessadas em uma tecnologia, maior a chance de melhoria e continuidade ao longo de um determinado tempo (mas claro que isso não é uma ciência exata).

Na prática, ao iniciar uma busca por vagas de trabalho remoto, duas coisas irão começar a acontecer: alguns requisitos irão se repetir formando um padrão (tendência do mercado: 'O que eu preciso saber') e depois, com o passar do tempo, será possível se antecipar e prever o mercado. E assim, inovar.

Onde estão as vagas? Os tipos de trabalho remoto e remuneração? O termo "trabalho remoto" não diz muito sobre o tipo de trabalho realizado e muito menos sobre a remuneração. Bem, como em todo mercado trabalho a sua remuneração depende da sua capacidade de gerar valor e raridade (oferta e demanda). Contudo, via de regra é possível aplicar um cálculo simples. Descubra qual o valor da sua hora com base no seu (último) salário como CLT (salário e benefícios dividido pela horas trabalhadas). Tendo em mente que salário (CLT) é o menor valor pago pelo empregador para um empregado, se o trabalho remoto pagar menos, não vale a pena.

Os tipos de trabalho remoto (a forma de se trabalhar) podem variar bastante, mas para simplificar vou dividir em dois tipos: soluções rápidas (específicas); e convites para se juntar a equipe (contrato de longo prazo ou tempo indeterminado). No primeiro tipo, a relação de trabalho é mais "freelancer" ou seja resolve-se um problema pontual (configurar um servidor: nginx, gunicorn e django) da forma mais rápida e eficiente possível. O segundo tipo, um convite a se juntar ao time remoto (ou parte remoto e parte presencial) da empresa.

Em resumo esses foram os pré-requisitos para se começar a buscar um trabalho remoto fora do Brasil. Depois de aprender um pouco de inglês, calcular o valor mínimo da hora e escolher o tipo de trabalho remoto é só começar a buscar um trabalho interessante pelo aprendizado e / ou pela remuneração. Seguem os alguns links interessantes, bom divertimento e até o próximo poste.

Aprender inglês

Aulas individuais (online): italki.com. Top 10 (2013) conversação: top-10-language-exchange. Android APP: HelloTalk Learn Languages. Cursos online: Babbel Desktop: Rosetta Stone. Canais no Youtube (contribuição da minha esposa - Maiara) Tia do inglês e Você aprende agora

Remuneração

Trabalhos em geral de curta duração (bom para começar): upwork.comfreelancer.com


Guias de trabalho remoto


domingo, 6 de novembro de 2016

Como trabalhar remoto com python / django? Parte 01

Ressuscitando este blog com um assunto bem interessante: trabalho remoto, trabalhar de casa ou de qualquer outro lugar. Bem, algumas coisas mudaram desde 2012 quando a diversão era descobrir senha de redes wireless com segurança do tipo WEP em poucos minutos usando o aircrack (Aircrack on Ubuntu 12.04). Foi também em 2012 que parei de trabalhar no regime CLT (carteira assinada, ponto eletrônico e tudo mais) e comecei o meu primeiro trabalho como freelancer remoto para uma startup americana. Mas como?

Vou começar do começo com quando descobri (ou fui apresentado) a linguagem python. Eu sempre tive em mente a ideia de (de alguma forma) unir o abstrato com o lógico (ou arte e matemática) assim apresentei a ideia a um dos professores (IFES campus Serra) perguntando se ele poderia me orientar no trabalho de graduação. Ele sugeriu um jogo 3D logo Blender que usa como linguagem de script o python (bingo!) (github.com/morenopc/python-network). Logo depois da graduação eu viajei como trainee para Tóquio no Japão.

Viajar para fora do Brasil (intercâmbio) sempre foi um sonho distante (no money) foi nesse meio tempo que eu conheci a AIESEC Vitória na UFES. A AIESEC é uma ONG presente em vários países com o objetivo de (entre outros) mudar a forma como vemos e julgamos os outros através do intercâmbio (quando em outro país somos nós o diferente). Os requisitos para entrar eram: perfil (estudante ou recém formado), inglês (sempre gostei de inglês para escutar rock'n'roll e jogar vídeo game) e dinheiro da passagem e do primeiro mês (possível como estagiário morando na casa dos pais). Resumindo após seis meses de conversa, testes e negociação fui aceito como web developer trainee em uma empresa de tecnologia em Tóquio.

Japão, Tóquio o que posso dizer em poucas palavras? Uma cultura de muitas formas surpreendente e cativante. Vivi na região de Sugamo e trabalhei em Gotanda por seis meses onde acredito ter vivido umas das experiências mais importantes da minha vida. E sem dúvida se dar a chance de descobrir algo novo sobre você e o mundo que nos rodeia não tem preço as amizades construídas e os momentos ficaram para sempre em nossas memórias. (fotos, fotos e mais fotos)

Primeiro dia de trabalho eu recebi um netbook (processador atom), com windows em japonês e um livro da linguagem perl em inglês. Tarefa: configurar (sozinho) o ambiente de desenvolvimento (apache entre outros) em uma máquina virtual linux (red hat) se comunicando com o windows via SSH, estudar perl e catalyst (framework) e me juntar ao time de desenvolvimento. Bem, vamos entender o meu nível técnico naquele momento (eu gostava de JAVA para web). Acho que quebrei o linux umas três vezes e o windows umas duas vezes (sim, formata e começa novamente do zero). Então, pesquisando sobre o catalyst / perl vejo que a linguagem se assemelha ao python logo penso: se existe web framework para perl existe para python. Encontro o Google App Engine que aceita python e django como framework ("strike 2").

De volta ao Brasil começo a trabalhar em uma empresa que ainda iria montar o primeiro setor de desenvolvimento logo sugiro a linguagem python e o framework django para os projetos (:D). Conheço o Henrique e participo da 3ª turma do curso "welcome to the django" com o apoio do gerente de projetos. Aprendo muito trabalhando desde telecom (toda infra em geral) a líder do time de desenvolvimento. No pouco tempo livre começo a pensar que talvez as mesmas empresas que se interessam por intercâmbio também contratem funcionários estrangeiros. A resposta é sim contudo o visto de trabalho (work visa) é uma barreira. Depois de muitos emails enviados e pesquisa sobre visto de trabalho (sem sucesso) eu esbarro nos termos: remote jobs, telecommute, home office entre outras variações.

A empresa que estava então decide não mais trabalhar com projetos de software e fecha o setor. Eu decido usar meu tempo livre (e o seguro desemprego) para varrer a internet até encontrar um trabalho remoto. Uns 20 emails por dia, algumas entrevista e uma semana depois eu me junto ao time remoto de desenvolvimento de uma startup norte Americana. A vaga veio da lista da python jobs.

Em resumo esse foi o caminho que me levou ao primeiro trabalho remoto com python / django. Penso que existe mais para dizer e mais histórias para contar mas vamos deixar um pouco para uma próxima postagem (parte 02: pré-requisitos). Abraço.

sábado, 16 de junho de 2012

How to find aircrack compat wireless driver

I know can be many ways to find the right driver on linux to a wireless device but after some time searching it's that how I found my aircrack compat wireless driver.

First I downloaded, compiled and installed all wireless drivers at 

compat-wireless-3.5-rc2-1:

 $ wget http://www.orbit-lab.org/kernel/compat-wireless-3-stable/v3.5/compat-wireless-3.5-rc2-1.tar.bz2 
 $ tar jxvf compat-wireless-3.5-rc2-1.tar.bz2; cd compat-wireless-3.5-rc2-1
 $ make
 $ sudo make install
and restart.

I have two wireless devices chipsets: Broadcom and Atheros. The Broadcom stopped work so I tested Atheros:
 $ sudo airmon-ng stop wlan1;sudo ifconfig wlan1 down;sudo macchanger --mac 00:11:22:33:44:55 wlan1;sudo airmon-ng start wlan1  
Result:
 ...
 Interface  Chipset    Driver  
 wlan1    Unknown   carl9170 - [phy0]  
         (monitor mode enabled on mon0)

The monitor mode was working and I found out the driver installed was carl9170.

Second I uninstall all wireless drivers at compat-wireless-3.5-rc2-1:

 ... 
 $ cd compat-wireless-3.5-rc2-1 
 $ sudo make uninstall
and restart.

After restart all wireless drivers at compat-wireless-3.5-rc2-1 were removed and Broadcom and Atheros started to work again.

Third (re)compiling only the right driver:

 ... 
 $ cd compat-wireless-3.5-rc2-1
 $ ./scripts/driver-select carl9170
 $ make
 $ sudo make install
restart.

Now  Broadcom is woking with ubuntu original driver and Atheros with compat wireless driver carl9170.